segunda-feira, 5 de julho de 2010

Casas de Campo

No centro do projecto da associação e no cumprimento dos estatutos está a recuperação do património da aldeia. Assim, a Associação dispõe hoje de património próprio constituído por cinco casas totalmente restauradas, de acordo com as características tradicionais de habitação das aldeias durienses destinadas ao turismo de aldeia, e com a seguinte tipologia:

Casa da Fonte

Aquisição da “Casa da Fonte” onde o andar superior é uma casa de campo tipo T1 para visitantes e no andar inferior uma taberna tradicional denominada “Taberna do Chico”, uma “Loja do Tear” e uma Escola Museu. Concluída em 2001.



Casa Bastardo

Aquisição da “Casa Bastardo” que se encontrava em ruínas, para nela instalar um T2 para visitantes, e nas duas lojas do rés-do-chão, uma será destinada a uma exposição de Bonecas Regionais (Portugal e Estrangeiro) e Medalhas Comemorativas e outra a uma exposição de Bandeiras, Guiões, Estandartes e Galhardetes. Iniciada a sua reconstrução em 2000 com o apoio do Programa Leader, concluída em 2002.



Casa do Lagar

O lagar da “Casa Bastardo” foi aproveitado para aí instalar um T1 para visitantes. Iniciada a recuperação em 2001 e terminada em 2003.



Casa da Luz

Aquisição em 2002 para instalar um T2 para visitantes e, no rés-do-chão, o Museu-oficina de ourivesaria “António do Nascimento Fernandes & Irmão”.





Casa do Zeferino
 

Aquisição em 1994 da “Casa do Zeferino” que se encontrava em ruínas, para nela instalar a Sede da Associação, um salão para reuniões, palestras e exposições e um Museu de Sítio “Dr. Acácio Pita Negrão”. Início da recuperação em 1996, terminada em 2000.



sexta-feira, 2 de julho de 2010

Pólos Museológicos

A paisagem, o património construído, artístico e cultural, a história, costumes e tradições, o artesanato, a gastronomia, as feiras, festas e procissões, as danças e cantares, tudo isto a par das actividades agrícolas, dos produtos da Região e do vinho por excelência, devem constituir motivos de atenção e interesse que contribuam, por um lado para a atracção de visitantes e por outro a fixação das populações com a consequente melhoria da qualidade de vida e bem-estar, com reconhecimento e valorização da sua própria identidade.

Este projecto museológico libertar-se-á das suas paredes, trabalhará com a comunidade, com as colecções, libertar-se-á dos objectos herdados em favor dos objectos criados, dedicar-se-á ao trabalho com ideias e com aspirações de cada ser humano.

Museu de Sítio “Dr. Acácio Pita Negrão”

Instalado na casa sede da Associação, pretende ser um repositório de vida e costumes da freguesia com exposição de uma casa tradicional, com cozinha, salas, quartos e as lojas no rés-do-chão.

Museu Oficina de Ourivesaria “António do Nascimento Fernandes & Irmão”
Reposição de uma oficina de ourives que desde a década de 30 funcionou mais de 60 anos na cidade do Porto.

• Museu da Escola
Reposição de uma sala de aula da década de 40 com o equipamento e material escolar da época, bem como a exposição de livros, mapas e equipamento de diversas épocas.

• Museu “Taberna do Chico”
Reposição no próprio local da loja (“venda”) que funcionou na freguesia mais de 30 anos.

• Loja do Tear
Recreação do local de trabalho de tecedeira com tradição na freguesia, do fabrico de mantas de trapos e outros artefactos.

• Exposições Permanentes
- Colecção de bonecas regionais e de países de todo o mundo
- Colecção de guiões e galhardetes de terras de Portugal
- Colecção de medalhas comemorativas

Apoio e Colaboração

Junta de Freguesia de Pereiros
• Cedência de terrenos, arranjo e recuperação de diversos locais da aldeia.
• Colaboração e apoio no convívio de jovens e idosos.

Igreja Paroquial
• Oferta de material eclesiástico e decorativo;
• Colaboração no aumento de segurança;

Escola de Ensino Básico
• Oferta de materiais escolar, nomeadamente livros;
• Organização de concursos;

Grupo de Jovens de Pereiros
• Oferta de equipamentos;

Actividade Cultural
• Trabalho de dinamização cultural com jovens, com leitura de textos, filmes, etc.
• Colocação de um jornal diário no Café Local para leitura.
• Aquisição de livros e filmes portugueses para exibição;
• Realização de Palestras, Seminários, Sessões Evocativas, etc.
• Lançamento e publicação de livros;
• Edição de medalhas comemorativas;
• Publicação de um desdobrável sobre a freguesia de Pereiros.

Intervenção a Nível Regional
• Realização em S. João da Pesqueira Palestras, Seminários, Sessões Evocativas, etc.
• Colaboração nas jornadas vitivinícolas, com a Junta de Freguesia de S. João da Pesqueira;
• Dinamização de estudos e inquéritos, e oferta das conclusões do estudo aos autarcas e outras individualidades e instituições do Concelho;
• Apoio e colaboração em eventos e concursos relacionados com fotografia;
• Sensibilização à preservação ambiental, mediante distribuição de documentação e afixação de posters nas diversas freguesias do Concelho.

Apoio e Dinamização da Comunidade
• Passeios, convívios e dinamização da constituição da Associação Agro-Florestal dos Pereiros;
• Distribuição de plantas e arbustos ornamentais nos espaços públicos e pelos residentes para alindar a freguesia.

Apoio a Agricultores
• Apresentação de candidatura ao Ministério da Agricultura com a colaboração do Ministério do Trabalho e Solidariedade visando o apoio a agricultores, mediante a realização de tarefas concretas, artesanato, jardinagem, confecção de rendas em benefício da Associação, e como complemento do rendimento familiar dos aderentes ao projecto.

Actividades Tradicionais
• Concurso “Rendas à Janela”;
• Concurso “Janelas e Varandas Floridas”;
• Projecto “Ancora”. Confecção de colchas artesanais, com cedência de linhas e pagamento pelo trabalho efectuado.

Aldeia de Pereiros

A aldeia de Pereiros pertence ao concelho de S. João da Pesqueira, o qual é o maior e melhor produtor de Vinho Fino ou Generoso, mundialmente conhecido por Vinho do Porto. É também aquele que apresenta a maior área na zona classificada de Património Mundial, reconhecido pela sua antiguidade, pelos seus terraços e pelo cruzamento de culturas. É esta conjugação de factores, que fazem deste concelho o ex-libris da região do Douro, caracterizado pelas belíssimas paisagens, com os vinhedos como marca dominante.


 

Com características topográficas acidentadas, a povoação de Pereiros ergue-se sobre o vale profundo do rio Torto, na sua margem direita. A situação geográfica da freguesia de Pereiros está directamente relacionada com a existência de um castelo no monte da Senhora do Viso, que protegia o povoado no século VIII.



No vale de Covas, na base do monte da Sra. do Viso, ainda são visíveis as ruínas de algumas casas e de uma igreja, da qual fazia parte a pia baptismal e a imagem de Nossa Senhora dos Prazeres que actualmente se encontram na Igreja Paroquial de Pereiros. A tradição mantém a tese de que a mudança dos habitantes da quinta de Covas, que foi sede de freguesia no séc. XVIII, e do lugar da Agorreta, para a então freguesia de Pereiros se deveu a uma praga de lagartas que invadiam e destruíam as culturas, acompanhadas por “monstruosas” formigas que invadiam as casas, matando e comendo crianças de berço. Outro motivo que justifica esta mudança é a abundância de água potável e fertilidade dos terrenos da margem direita do rio Torto.


A comprovar a antiguidade de Pereiros, basta dizer que participou no aforamento concedido à sua sede de concelho, entre 1055 e 1064 e seguintes por Fernando Magno de Leão, rei que libertou esta região dos Mouros. A nascente – Castelo do Vento – terá sido um local fortificado de povos pré-históricos.
A paróquia de S. Salvador de Pereiros foi criada no séc. XV, ficando anexa à Pesqueira, cujos abades no séc. XVIII apresentavam o respectivo pároco.
Os senhores da Pesqueira tiveram jurisdição sobre Pereiros, transitando para os Távoras até 1759.
A freguesia de Pereiros, é produtora de cortiça, amêndoa, mel, azeite, trigo e centeio.



Padroeiro
S. Salvador do Mundo, padroeiro de Pereiros é festejado no dia 6 de Agosto. Faz-se, ainda, a festa dedicada a Santa Luzia, no dia 13 de Dezembro onde se pode apreciar a famosa jeropiga.

Gastronomia
O prato típico desta freguesia é o cabrito assado no forno a lenha com batatas assadas. O cozido à portuguesa com as deliciosas carnes caseiras, a bola de carne, as alheiras, as moiras de sangue e outros enchidos também são muito apreciados.
Da doçaria tradicional destacam-se os biscoitos, as filhós, o arroz doce e o pudim caseiro.


Locais a Visitar





Igreja de S. Salvador
A Igreja de Pereiros é sem dúvida alguma um magnífico templo, não só pela sua grandiosidade mas também pelo grande valor artístico que possui. Construída pelos finais do séc. XVII ou inícios do séc. XVIII.
O altar-mor é de rica talha dourada (barroca) e o trono de beleza singular, sobrepujado por Cristo Ressuscitado, em óptimo estado de conservação.
O sacrário é símbolo de significativo valor artístico, decorando a porta um Ecce Homo (flagelado e vestido de túnica), e as imagens do padroeiro (S. Salvador do Mundo) e Sr.ª dos Prazeres (muito antiga e de valor incalculável).
São também de muito interesse os dois altares colaterais, com preciosa talha barroca, dispondo a igreja de valioso espólio de arte sacra.

Capela de Santo António
A Capela de Santo António com interiores de talha dourada, colunas estriadas e um enigmático Tríptico. O seu tecto é revestido com caixotões com interessantes representações hagiológicas. A capela era particular do solar da ilustre família Pita Negrão, mas actualmente faz parte do património religioso da paróquia.

Capela da Sra. da Cabeça
Esta capela tem altar em talha dourada e um par de colunas salomónicas (?). O piso lajeado evidencia tampa sepulcral da filha de quem mandou edificar o pequeno e modesto templo. A festa em honra da Sra. da Cabeça realiza-se a 6 de Agosto.

Capela de Santa Luzia
Festa a 13 de Dezembro.

Capela de Santa Eufémia



Calvário
Calvário é o nome dado à colina que na época de Cristo ficava fora da cidade de Jerusalém, onde Jesus foi crucificado. O termo significa “caveira”, referindo-se a uma colina que contém uma pilha de crânios ou a um acidente geográfico que se assemelha a um crânio.
O espaço evocativo do “Calvário” em Pereiros foi construído para finalizar um percurso de Via-sacra que se realiza pelas ruas da aldeia.

Forno Comunitário
“Uns aquecem o forno, outros amassam o pão.” (Ditado popular)
O Forno do Povo reminiscência do regime comunitário dos tempos medievais, é o local onde se coze o pão, mas também onde se conversava, e se tomava conhecimento das novidades ou notícias da terra. Servia também muitas vezes de local de pernoita dos pobres que demandavam a aldeia, pedindo a esmola normalmente em comida, pão ou azeite.
Chamava-se do povo ou comunitário porque o forno era de todos, onde cada um podia utilizá-lo, competindo-lhe, obviamente, para o efeito, a disponibilidade da lenha, bem como a operação de “quentar” ou aquecer o forno, e marcar a vez de cozedura de cada vizinho. Pode ser utilizado ainda hoje, por quem quiser.

Agorreta
Pequeno aglomerado de casas, actualmente identificadas pela ruína, onde se pode apreciar uma pequena cruz feita de seixo, inscrita numa das paredes. Segundo o testemunho dos seus últimos habitantes, a cruz era um sinal que lhes incutia a ideia da presença de Deus.

Covas
No vale de Covas, na base do monte da Sra. do Viso, ainda são visíveis as ruínas de algumas casas e de uma igreja.