sexta-feira, 2 de julho de 2010

Aldeia de Pereiros

A aldeia de Pereiros pertence ao concelho de S. João da Pesqueira, o qual é o maior e melhor produtor de Vinho Fino ou Generoso, mundialmente conhecido por Vinho do Porto. É também aquele que apresenta a maior área na zona classificada de Património Mundial, reconhecido pela sua antiguidade, pelos seus terraços e pelo cruzamento de culturas. É esta conjugação de factores, que fazem deste concelho o ex-libris da região do Douro, caracterizado pelas belíssimas paisagens, com os vinhedos como marca dominante.


 

Com características topográficas acidentadas, a povoação de Pereiros ergue-se sobre o vale profundo do rio Torto, na sua margem direita. A situação geográfica da freguesia de Pereiros está directamente relacionada com a existência de um castelo no monte da Senhora do Viso, que protegia o povoado no século VIII.



No vale de Covas, na base do monte da Sra. do Viso, ainda são visíveis as ruínas de algumas casas e de uma igreja, da qual fazia parte a pia baptismal e a imagem de Nossa Senhora dos Prazeres que actualmente se encontram na Igreja Paroquial de Pereiros. A tradição mantém a tese de que a mudança dos habitantes da quinta de Covas, que foi sede de freguesia no séc. XVIII, e do lugar da Agorreta, para a então freguesia de Pereiros se deveu a uma praga de lagartas que invadiam e destruíam as culturas, acompanhadas por “monstruosas” formigas que invadiam as casas, matando e comendo crianças de berço. Outro motivo que justifica esta mudança é a abundância de água potável e fertilidade dos terrenos da margem direita do rio Torto.


A comprovar a antiguidade de Pereiros, basta dizer que participou no aforamento concedido à sua sede de concelho, entre 1055 e 1064 e seguintes por Fernando Magno de Leão, rei que libertou esta região dos Mouros. A nascente – Castelo do Vento – terá sido um local fortificado de povos pré-históricos.
A paróquia de S. Salvador de Pereiros foi criada no séc. XV, ficando anexa à Pesqueira, cujos abades no séc. XVIII apresentavam o respectivo pároco.
Os senhores da Pesqueira tiveram jurisdição sobre Pereiros, transitando para os Távoras até 1759.
A freguesia de Pereiros, é produtora de cortiça, amêndoa, mel, azeite, trigo e centeio.



Padroeiro
S. Salvador do Mundo, padroeiro de Pereiros é festejado no dia 6 de Agosto. Faz-se, ainda, a festa dedicada a Santa Luzia, no dia 13 de Dezembro onde se pode apreciar a famosa jeropiga.

Gastronomia
O prato típico desta freguesia é o cabrito assado no forno a lenha com batatas assadas. O cozido à portuguesa com as deliciosas carnes caseiras, a bola de carne, as alheiras, as moiras de sangue e outros enchidos também são muito apreciados.
Da doçaria tradicional destacam-se os biscoitos, as filhós, o arroz doce e o pudim caseiro.


Locais a Visitar





Igreja de S. Salvador
A Igreja de Pereiros é sem dúvida alguma um magnífico templo, não só pela sua grandiosidade mas também pelo grande valor artístico que possui. Construída pelos finais do séc. XVII ou inícios do séc. XVIII.
O altar-mor é de rica talha dourada (barroca) e o trono de beleza singular, sobrepujado por Cristo Ressuscitado, em óptimo estado de conservação.
O sacrário é símbolo de significativo valor artístico, decorando a porta um Ecce Homo (flagelado e vestido de túnica), e as imagens do padroeiro (S. Salvador do Mundo) e Sr.ª dos Prazeres (muito antiga e de valor incalculável).
São também de muito interesse os dois altares colaterais, com preciosa talha barroca, dispondo a igreja de valioso espólio de arte sacra.

Capela de Santo António
A Capela de Santo António com interiores de talha dourada, colunas estriadas e um enigmático Tríptico. O seu tecto é revestido com caixotões com interessantes representações hagiológicas. A capela era particular do solar da ilustre família Pita Negrão, mas actualmente faz parte do património religioso da paróquia.

Capela da Sra. da Cabeça
Esta capela tem altar em talha dourada e um par de colunas salomónicas (?). O piso lajeado evidencia tampa sepulcral da filha de quem mandou edificar o pequeno e modesto templo. A festa em honra da Sra. da Cabeça realiza-se a 6 de Agosto.

Capela de Santa Luzia
Festa a 13 de Dezembro.

Capela de Santa Eufémia



Calvário
Calvário é o nome dado à colina que na época de Cristo ficava fora da cidade de Jerusalém, onde Jesus foi crucificado. O termo significa “caveira”, referindo-se a uma colina que contém uma pilha de crânios ou a um acidente geográfico que se assemelha a um crânio.
O espaço evocativo do “Calvário” em Pereiros foi construído para finalizar um percurso de Via-sacra que se realiza pelas ruas da aldeia.

Forno Comunitário
“Uns aquecem o forno, outros amassam o pão.” (Ditado popular)
O Forno do Povo reminiscência do regime comunitário dos tempos medievais, é o local onde se coze o pão, mas também onde se conversava, e se tomava conhecimento das novidades ou notícias da terra. Servia também muitas vezes de local de pernoita dos pobres que demandavam a aldeia, pedindo a esmola normalmente em comida, pão ou azeite.
Chamava-se do povo ou comunitário porque o forno era de todos, onde cada um podia utilizá-lo, competindo-lhe, obviamente, para o efeito, a disponibilidade da lenha, bem como a operação de “quentar” ou aquecer o forno, e marcar a vez de cozedura de cada vizinho. Pode ser utilizado ainda hoje, por quem quiser.

Agorreta
Pequeno aglomerado de casas, actualmente identificadas pela ruína, onde se pode apreciar uma pequena cruz feita de seixo, inscrita numa das paredes. Segundo o testemunho dos seus últimos habitantes, a cruz era um sinal que lhes incutia a ideia da presença de Deus.

Covas
No vale de Covas, na base do monte da Sra. do Viso, ainda são visíveis as ruínas de algumas casas e de uma igreja.

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